
PUNCTUM
EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA DE MÁRCIA LESSA
TEATRO MUNICIPAL BALTAZAR DIAS | JUL 03-08

DAVE LIEBMAN

PERICO SAMBEAT

CHARLES TOLLIVER

PAULA OLIVEIRA
O convite recebido por parte do Funchal Jazz para a realização de uma exposição no âmbito da edição do corrente ano tornou-se numa viagem no tempo, que tenho vindo a fazer desde então, ao abrir, de novo, as pastas de arquivo com os negativos a preto e branco e os inúmeros discos rígidos onde passei a guardar o meu trabalho, pouco tempo depois do início da minha atividade como fotógrafa, com o aparecimento da fotografia digital.
Trata-se de uma compilação de 32 imagens, feitas desde 2001, cujo critério de seleção foi sendo imposto pelas próprias fotografias ao longo das muitas horas de seleção e fui percebendo que, mais do que os nomes, os locais ou o ano em que foram tiradas, o que mais agarrava o meu olhar a cada uma delas era a emoção refletida no rosto de cada retratado.
Assim, percebi que se iria tratar de uma exposição de retratos, feitos em palco, muitos deles captados em momentos de silêncio, apesar do contexto performativo.
Não me interessava o plano geral, mas sim o aproximado, aquele que nos dá a emoção e menos a informação.
A história que aqui é contada é uma história de vida. Da minha vida. Cada uma das imagens selecionadas daria um capítulo, é certo, mas mais interessante do que essa história é a história que cada pessoa irá construir para si ao olhar para estes retratos.
Márcia Lessa, 2023
Márcia Lessa nasceu no Porto em 1979. Licenciou-se em Tecnologias da Comunicação Audiovisual (ESMAE), com especialização em Fotografia, e desde 2002 que mantém uma atividade profissional relacionada com a imagem.
Esteve ligada ao fotojornalismo, tendo passado pelo Jornal de Notícias e Correio da Manhã.
O registo das artes performativas tem ocupado um lugar de destaque no seu percurso, tendo colaborado com diversas companhias de teatro e vários músicos nacionais e internacionais.
Foi fotógrafa no Centro Cultural de Vila Flor (Guimarães) até 2007.
Tem colaborado com a Fundação Calouste Gulbenkian, na área da fotografia e do vídeo desde 2010, tendo realizado nesta mesma instituição uma exposição de fotografia em 2013, com o título Acesso Interdito, que contou com imagens realizadas durante o período de remodelação do Grande Auditório da Fundação.
Em 2016, realizou todos os conteúdos audiovisuais da exposição comemorativa dos 50 anos da Delegação em França desta Fundação, com o título Les Universalistes 50 ans d'architecture portugaise, que teve como curador o Arquitecto Nuno Grande e que teve lugar no Palais de Chaillot, em Paris, com passagem pela Casa da Arquitetura, em Matosinhos, dois anos mais tarde.
Em 2019, para a exposição comemorativa dos 150 anos de Calouste Sarkis Gulbenkian, com o título Calouste: uma vida, não uma exposição, com curadoria de Paulo Pires do Vale, foi igualmente autora dos vários conteúdos audiovisuais dessa exposição, que decorreu no edifício sede da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
No mesmo ano editou, em colaboração com Nuno Catarino, o livro Improvisando - A Nova Geração do Jazz Português, editado pelo Hot Clube de Portugal.
Em 2019 abre com Sérgio Machado Letria a agência Clave na Mão e concilia com a fotografia a atividade de agente, programadora e produtora de festivais de jazz como o Jazz em Monserrate, O Jazz Tem Voz! e Loures Jazz.