
Ricardo Toscano não é uma esperança do jazz que se faz em Portugal. Ricardo Toscano é a certeza de que o jazz que se faz em Portugal é muito mais do que uma esperança.
Na história universal do jazz, não há país que não conte estórias de jovens músicos que quando começaram a tocar já eram maiores do que a vida que tinham vivido: Lee Morgan, Scott LaFaro, Clifford Brown, Nils-Henning Orsted Pedersen, Barney Wilen, Billie Holiday, Tony Williams, etc, etc, etc.. Por cá, tivemos ontem, como caso mais paradigmático, Bernardo Sassetti e o fenómeno colectivo dos irmãos Moreiras nos anos 80. E temos hoje Ricardo Toscano.
A primeira impressão do primeiro encontro com Ricardo Toscano é a incredulidade – donde é que saiu este tipo? E a segunda também – como é possível tocar já assim aos 17 anos? (2010) Um assim triplo: tocar assim, com tão impressionante domínio expressivo do instrumento; tocar assim, com um tão raro conhecimento da gramática e síntaxe jazzísticas; tocar assim, em sucessivos e aparentes inesgotáveis saltos de maturidade a cada dia que passa.
PRÉMIOS E RECONHECIMENTOS | AWARDS AND RECOGNITION
RICARDO TOSCANO
#1 Músico Nacional do Ano JazzLogical 2015
#1 Músico Nacional do Ano Jazz.pt 2015
#1 Músico do Ano JazzLogical 2014
#2 Músico do Ano JazzLogical 2013
#1 Prémio Jovens Músicos / Antena 2 2011 (Ricardo Toscano Quarteto)
#1 Melhor Combo 8ª Festa do Jazz do Teatro São Luiz (Combo HCP)
# Menção Honrosa Melhor Instrumentista 8ª Festa do Jazz do Teatro São Luiz
JOÃO PEREIRA
#1 Prémio Jovens Músicos / Antena 2 (Ricardo Toscano Quarteto)
#1 Melhor Instrumentista 9ª Festa do Jazz do Teatro São Luiz (Combo HCP)
#1 Baterista Revelação Nacional, categoria 1º escalão, Musicland Drummers Festival
JOÃO PEDRO COELHO
# Prémio Jovens Músicos / Antena 2 2012 (João Pedro Coelho / Gonçalo Neto)
Na base de tudo está, à vista de todos os ouvidos, uma extraordinária e rara intuição (mas tal como o talento, sem suor a intuição não vai longe), a que há que juntar, ainda, incontáveis horas a ouvir e a tocar, sozinho e com os outros, que é, sempre foi e será, a melhor forma de crescer no jazz. E a verdade é que Toscano leva já muitas milhas de voo entre os maiores e os seus pares de geração. O calendário recente das suas solicitações, convites, gigs, concertos, jam sessions, discos, festivais é uma soma vertiginosa (ao ponto de o curso superior ter ficado, para já, entre parêntesis).
Se há certezas no jazz, elas nunca estão certas: excelente em cartaz, nenhum concerto acima de qualquer suspeita está confirmado antes da subida ao palco, aí onde, ao contrário dos estúdios, não há rede. Felicidade a minha (?), a verdade é que nunca, até hoje, um concerto do Quarteto de Ricardo Toscano me falhou as expectativas – no Hot, no Angrajazz, no Estoril a excelência tornou-se um hábito (ainda por cima sem rotinas!)
Tudo indica que assim deverá continuar a ser. Diz o ditado que, no mundo do jazz como nos outros, há gente que tem o futuro nas mãos. Sorte a nossa, o futuro tem o Toscano nas mãos.
Adaptação de um texto de António Curvelo (Outubro 2015)